quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

No limite do corpo



Seja nas ruas, nas praças ou parques, a quantidade de pessoas que decidiu se exercitar para mostrar o corpo bonito na alta temporada chama a atenção. No entanto, o que muitos ignoram são os riscos que correm aqueles que não conhecem os limites de seu próprio organismo.

A cardiologista Mirza Kury alerta sobre os perigos de se iniciar exercícios sem os devidos cuidados prévios, principalmente pessoas que possuem hábitos sedentários.

— O principal problema nesta época de verão são pessoas sedentárias, que passam o ano inteiro paradas, e começam a se exercitar só agora, sem fazer nenhuma avaliação prévia. Quem age assim coloca o coração sob estresse sem saber se ele está pronto para isso. Enfatizamos muito que se faça o exame cardiológico, pois acidentes cardíacos como infarto são comuns nesta época. Da mesma forma, quem tem hipertensão pode fazer exercícios desde que esteja sob controle. Pessoas assim já tem um limiar alto de pressão. No verão, o coração exige mais oxigênio para o esforço e, muitas vezes, isso pode ocasionar até derrames — explica a médica, ao informar que é fundamental a realização de um teste de esforço ao menos uma vez ao ano.

Desde que a Lei 2014/92 entrou em vigor no país, a apresentação de atestado médico de aptidão física passou a ser obrigatória durante a matrícula em qualquer academia de muscu-lação, ginásios de artes marciais e ginástica de qualquer tipo. A lei obriga também que tais atestados sejam renovados a cada três meses.

Além disso, apenas professores de educação física com registro no Ministério da Educação (MEC) tem autorização para ministrar aulas, treinos e acompanhamento nas academias de ginástica e musculação. Esse nem sempre é o caso nas inúmeras academias espalhadas pelo país, onde irregularidades são frequentes.

Para o estudante de Administração Nasidieno Pereira de Sá Lester, que frequenta uma academia de Campos, o risco causado pela utilização de esteroides por usuários que já apresentam problemas cardíacos é real e presente no dia a dia das academias, sobretudo na estação do sol e do calor.

— É mais fácil monitorar quem se exercita por motivos de saúde. Nesses casos é quase certeza que haverá profissionais acompanhando passo a passo o desempenho do indivíduo. Percebo que existe uma maior liberdade para quem se exercita só para ganhar músculos. Nesse caso, a pessoa costuma ficar por conta própria. Já cansei de ver gente sem juízo se entupir de anabolizantes e se exceder nos pesos. Muitas caem desmaiadas porque essas substâncias elevam a pressão a alturas absurdas — diz.

Já o recepcionista João Souza diz que quem pratica atividades físicas precisa manter o hábito para não desacostumar e sofrer danos ao tentar voltar a malhar no mesmo ritmo. Segundo ele, o exame de esforço deve ser prioridade em qualquer estabelecimento.

— No meu caso, os motivos que me compeliram a praticar exercícios foram só estéticos. Interrompi a prática por um tempo e mais tarde recomecei por recomendação médica. Devido a ser hipertenso, é exigida de minha parte a realização periódica de exames para monitorar como está minha pressão. Além disso, um instrutor está sempre à disposição no local onde me exercito, justamente para observar se ninguém está se excedendo e corrigir qualquer coisa que dê errado — fala Antônio.

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Informações: www.fmanha.com.br

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